As Escrituras surgem, diante de nós, como a possibilidade de um abrigo, de um refúgio, de um porto seguro em tempos ou períodos de angústia e sofrimento.
«Não desejo morrer já, queria fechar um círculo mais amplo do que este onde ainda estou»: de Rui Chafes, ‘Sob a Pele: Conversas com Sara Antónia Matos’.
«Sou tão grande como Deus. Ele é tão pequeno como eu. / Ele não pode estar sobre mim, nem eu sob Ele». Sobre o Peregrino Querúbico, de Angelus Silesius.
Foi um acontecimento difícil, na comunidade onde habitualmente celebro a fé, que me tem levado a refletir sobre o sentido do que faço a cada domingo, semanalmente, por anos a fio.
Os escritos de Foucauld possuem uma experiência sensível, um toque com todos os órgãos do seu corpo. São narrativas profundamente pessoais, companhia de caminhada quando a solidão mais se fazia sentir. São a busca de uma comunhão, a procura de um encontro, a transposição para a escrita do caminho de um cada vez maior desejo.
A qualidade da sua diferença não brota de uma positividade, de uma motivação, de um propósito espiritual de crescimento, da busca de uma perfeição moral; brota, sim, do encontro, do discernimento, da atenção à presença do Mistério de Bondade no seio da morte e do caos humano.
O que à maioria pareceu uma vitória do Reino dos Céus na história, a uma pequena minoria representou um perigo mortal. Ao mesmo tempo que as catedrais das grandes cidades de então se enchem de batizados, um pequeno e persistente movimento parte em direção aos desertos do Egito e Médio Oriente.
O sinal maior da vida cristã estará, talvez, na arte de transportar as feridas como um sinal da nossa identidade, única e original.
Para Agostinho, tal como o anúncio de morte foi transmitido de uma mulher para um homem, assim também o anúncio da vida deveria ser transmitido das mulheres para os discípulos varões. A dinâmica pascal da vida, da esperança e da confiança emergem do mesmo Jardim onde se havia dado a queda.
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