Fundamentos

Escutar

  1. Ouvir e escutar. Escutar e ouvir

Não se vê, não se toca, não se cheira, não se prova, mas não se esquece. O que é? Podia ser uma adivinha daquelas que os meus avós contavam, tendo aprendido na escola, mas não é. E assim do nada, o SOM faz parte da nossa memória. É dos primeiros sentidos (senão o primeiro) a ser desenvolvido. Ali pelas quatro a cinco semanas de gravidez, as células no embrião começam a rearranjar-se para dar forma ao que será a cara, o cérebro, o nariz, os olhos e os ouvidos. Lá pelas 18 semanas o bebé começa a ouvir o som, e pelas 25-26 semanas responde ao som que vem do exterior. 25 semanas correspondem a seis meses de gravidez. Não é fantástico que um bebé nesta etapa do desenvolvimento já reaja a estímulos sonoros exteriores? Dos sons interiores, como o bater do coração da mãe, vai recordar-se quando nascer. 

Vamos à etimologia. A Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira diz que ouvir tem origem no latim audire e significa perceber, pelo sentido do ouvido, os sons, a voz, a palavra… Por outro lado, escutar vem do latim auscultare, e significa notar, perceber, sentir pelo aparelho auditivo; aplicar a atenção para ouvir, prestar ouvidos; atentar… Ouve-se o sino, o apito do comboio, o aviso do professor, ausculta-se o doente. 

O som interessa à biomedicina, à saúde, à física e até à botânica…

A propósito de ascultar o doente… No PubMed foi procurar saber qual seria o interesse do ouvir e do escutar nas áreas biomédica e da saúde. Não deixa de ser interessante ver que as primeiras publicações que datam do século XIX são sobre asculta” o doente. Nestas áreas,  o estudo mantém-se tímido até à década de 70, tem algum crescimento até ao fim do século, e é no início do século XXI que cresce exponencialmente. Tal não será alheio ao desenvolvimento das neurociências e das técnicas de imagiologia médica. Por outro lado, a física entreteve-se com uma matemática intrincada para explicar aquilo que não se vê, mas que se ouve. Os cientistas que adoram medidas, maneiras de quantificar aquilo que nos rodeia, lá arranjaram uma forma de quantificar o som. Se para a distância temos, por exemplo, o quilómetro, para o tempo o segundo e para a temperatura o grau Celsius, para o som temos o decibel. O decibel, cujo nome é uma homenagem ao cientista e inventor Alexander Graham Bell, é uma medida relativa de intensidade de um som, ou seja, é uma unidade que compara duas pressões. Por isso, um decibel na água não é igual a um decibel no ar, porque as medidas de referência que se usam para o ar e para a água são diferentes. E descobri que até a botânica se está a interessar pelo som. 

«Fala com as plantas que elas crescem melhor»…

Hein? Pois, pelos vistos estas recomendações têm a sua razão de ser! Num artigo de revisão da literatura publicado em 2019, o grupo liderado pela investigadora Lilach Hadany da Universidade de Tel-Aviv, em Israel, teve como objectivo resumir o que já se sabe sobre a forma como as plantas percepcionam o som. Nesta área, considerada emergente, cunharam um novo termo, a fitoacústica, que tem como objetivo estudar a capacidade das plantas emitirem e responderem a sons. Como reagem as plantas aos sons dos animais, da água e de outras plantas? E como trasmitem ondas sonoras? De que forma é que o som, no seu entorno, as afeta biomecanicamente? Os autores categorizam a proveniência do som pelo ar e pelo solo e explicam o que já se sabe. 

Das Pisus sativum, que não são mais que as ervilheiras (à data de publicação da revista devem estar a produzir uma belas ervilhas), relatam-nos um resultado engraçado, obtido por Monica Gagliano da Universidade de Austália Ocidental. As ervilheiras foram usadas para investigar o mecanismo pelo qual as raízes sentem e localizam a água. O que fizeram as raízes num substrato sem humidade? Na ausência de qualquer humidade no substrato, as raízes das ervilheiras foram capazes de localizar a origem da água pelas vibrações que tinham origem no movimento da água dentro de canos. Por isso, não é necessário as ervilheiras terem água no solo para detectarem água na sua vizinhança. E quando as ervilheiras tinham humidade no solo e as vibrações acústicas? Neste caso, as raízes usavam preferencialmente a humidade que existia no solo. Os resultados sugerem que as vibrações acústicas ajudam as raízes a detectar uma fonte de água à distância e a estabelecer qual a rota mais eficaz para essa fonte, e a humidade ajuda-as a atingir o seu alvo com exatidão. Atenção, que as ervilheiras não são “parvas”. Quando as expuseram a uma gravação da água elas não responderam da mesma maneira, provavelvmete por causa do campo magnético gerado pelo equipamento eletrónico que usaram. Quando o ruído estava presente, as raízes não conseguiram da mesma forma percepcionar e responder ao som ambiente. É importante perceber este fenómenos, porque a invasão das raízes nos canos nas áreas urbanas tem consequências severas aos níveis económico, ambiental e até social.

Quando lhes cortaram o pio…

Quando estava a pensar neste artigo lembrei-me de uma história que li num dos livros de Norman Doidge, há meia dezena de anos. Norman Doidge é médico psiquiatra e psicanalista, e foi durante três décadas investigador da Universidade de Toronto, Canadá, e da Universidade de Columbia, Nova Iorque, EUA. Vamos até ao sul de França, meados dos anos 60, à Abadia Saint-Benoît d’En Calcat, na qual 70 dos seus 90 monges estavam a definhar, cansavam-se facilmente e sentiam-se exaustos. Não se percebia porquê. Não havia nenhum surto infeccioso na abadia. Até que foram visitados por um médico otorrino e inventor, que entendeu o que se passava. O abade zeloso, no fervor do Concílio Vaticano II (1962-1965), tinha decidido que o canto gregoriano ao qual dedicavam seis a oito horas do seu dia não servia para nada. Como tal foi proibido. Seguiu-se um colapso nervoso colectivo. A eliminação do canto retirou aos monges, que já faziam votos de silêncio, qualquer estimulação de voz humana, quer dos seus irmãos, quer da sua. Não era de carne, nem de vitaminas, nem de dormir que precisavam, mas da energia do som. O canto gregoriano foi reposto, os seus sons e os seus estímulos foram restituídos, e com a terapia inventada por esse médico francês, a postura encurvada dos monges foi desaparecendo e a sua saúde foi restabelecida. Esta é apenas uma história de como o som, ou a falta dele, nos pode influenciar. E explorar o mundo da música como terapia ou da sua neurobiologia seria outra história longa e entusiasmante.

Património auditivo

Comecei por dizer que o som faz parte da nossa memória. Atenção, estou a escrever a pensar nos casos em que a fisiologia do nosso ouvido funciona corretamente. E faz parte do meu património auditivo afetivo o ouvir contar histórias, lengalengas e adivinhas nos serões à lareira ou nas noites quentes e secas, o toque da entrada, a canção do Vitinho para ir dormir ou a música de Zeca Afonso que nos acompanhava nas intermináveis viagens. Há muitas outras memórias de sons, e certamente que as minhas fazem eco na de muitas outras… 

  1. Um percurso bíblico

O nosso estilo de vida coloca à capacidade de ouvir e de escutar certas dificuldades. Os ruídos intensos e constantes do meio urbano concorrem com a nossa capacidade de ouvir, e as sempre presentes comunicações que nos envolvem – dos media, das notícias, da publicidade – distraem a nossa capacidade de escutar. A nossa cultura prefere a imagem à palavra e, nesta, prefere o escrito ao oral: quer a imagem, quer o escrito pertencem à esfera da segurança, da prova, da persuasão e da sedução. Já a palavra oral, dita e escutada, pede a confiança, a atenção e o trabalho da memória. Ainda somos capazes de memorizar?

Uma personagem bíblica: Elias

«O Senhor disse então a Elias: “Sai e mantém-te neste monte, na presença do Senhor; eis que o Senhor vai passar”. Nesse momento, passou diante do Senhor um vento impetuoso e violento, que fendia as montanhas e quebrava os rochedos diante do Senhor; mas o Senhor não se encontrava no vento. Depois do vento, tremeu a terra. Passou o tremor de terra e ateou-se um fogo; mas nem no fogo se encontrava o Senhor. Depois do fogo, ouviu-se o murmúrio de uma brisa suave. Ao ouvi-lo, Elias cobriu o rosto com um manto, saiu e pôs-se à entrada da caverna. Disse-lhe, então, uma voz: “Que fazes aqui, Elias?”» (1Reis 19, 11-13).

A tradição bíblica dos Profetas surge unida ao difícil e exigente trabalho da escuta. O profeta não é alguém que prevê o futuro, mas sim alguém que é capaz de escutar o presente e, por isso, tornar-se mensageiro. Tal é o seu significado para Israel. A tradição profética – cujos livros conhecemos de breves passagens que escutamos na liturgia, entre Isaías e Ezequiel, Jeremias ou Daniel – percorre séculos da história de Israel, situando-se os seus principais testemunhos sobretudo entre os séculos X e VI d. C.  Trata-se de um longo período no qual, embora existindo já alguns dos textos que hoje formam o Antigo Testamento, a vivência religiosa de Israel assentava ainda numa tradição oral; só a partir do século VI, com o exílio na Babilónia e a constituição das reuniões de assembleias semanais em torno à Escritura – a chamada sinagoga – é que o escrito, memória do passado e objeto de comentários e atualizações, tende a substituir a tradição profética, mais carismática e imprevisível.

Esta é a baliza final. E a baliza inicial? Os profetas – com Elias logo nos seus primórdios – constituem uma ruptura, uma cisão profunda que separa Israel dos povos vizinhos e das formas de religiosidade habituais, no princípio da constituição da sua identidade como povo. Os profetas recusam os ídolos em nome do Deus que nenhum poder humano (nem sequer o rei!) pode controlar; criticam os sacrifícios cultuais, exigindo antes a busca da vontade de Deus; denunciam as situações a que hoje chamamos de «ordem natural das coisas» – violências, injustiças, opressões – clamando que tal não é o projeto de Deus para o seu povo.

Que podem ter a ver Elias e os profetas bíblicos com uma sabedoria da escuta? Nos sinais do vento impetuoso, do fogo e da terra que treme está tudo o que se impõe aos nossos sentidos de uma natureza omnipotente, a imposição pela força de uma presença. Mas o Senhor não está aí. O murmúrio de «uma brisa suave» (as traduções divergem: o bispo e biblista António Couto traduz «a voz de um fino silêncio») não se impõe, não chama a atenção, não desperta os sentidos, não ocupa o nosso escutar. Pede atenção, disposição e algum discernimento.

A nossa experiência religiosa une-se à maneira como escutamos no dia-a-dia: ouvimos apenas a voz daqueles que falam mais alto? Precisamos de ter sempre os nossos sentidos ocupados ou distraídos com vozes de fundo? Quando o silêncio cai numa conversa ou num encontro, sentimos de imediato a necessidade de o ocupar com a nossa voz, a nossa maneira de pensar, os nossos argumentos?

Os profeta bíblicos desenharam, na sua vida, o fino traço de uma Palavra que não lhes pertencia, que eles não dominavam, que não podia ser imposta por qualquer violência, física ou lógica. É difícil e exigente reconhecer a nossa vida como visitada por uma Palavra mediada nos frágeis apelos do pobre, nos silêncios resignados de crianças e de velhos, na ténue respiração da nossa consciência, das nossas memórias, dos nossos sonhos. É difícil escutar uma Palavra. A experiência cristã é uma sabedoria da escuta, do aprender a ouvir os nossos dias, e que não depende dos estudos, meios e formação de que dispomos.

Effathá, abre-te

«Trouxeram-lhe um surdo tartamudo e rogaram-lhe que impusesse as mãos sobre ele. Afastando-se com ele da multidão, Jesus meteu-lhe os dedos nos ouvidos e fez saliva com que lhe tocou a língua. Erguendo depois os olhos ao céu, suspirou dizendo: “Effathá”, que quer dizer “abre-te”. Logo os ouvidos se lhe abriram, soltou-se a prisão da língua e falava correctamente. Jesus mandou-lhes que a ninguém revelassem o sucedido; mas quanto mais lho recomendava, mais eles o apregoavam. No auge do assombro, diziam: “Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos”» (Mc 7, 31-37).

São inúmeros os relatos evangélicos de curas e milagres realizados por Jesus, mas apenas o Evangelho de Marcos nos transmite este episódio de cura de um homem surdo e mudo. Não obstante, toda a vida de Jesus é percorrida por esta questão fundamental: ouvir, ou não, a boa-nova do Reino de Deus. Recorde-se, por exemplo, a parábola do Semeador: «Escutam a palavra, acolhem-na e dão fruto de trinta, ou sessenta, ou cem» (Mc 4, 20). No centro do Evangelho de Marcos (estamos no meridiano do seu texto) surge alguém sem nome que é incapaz de ouvir e de falar. Alguém incapaz de comunicar com os outros. Alguém sem nome que, no entanto, a multidão generaliza: «Faz tudo bem feito: faz ouvir os surdos e falar os mudos». Não será difícil perceber quem aqui está em causa: o discípulo, o leitor que deixam abrir a sua língua e os seus ouvidos por uma palavra nova que é o Evangelho.

Interessa ler com atenção os gestos de Jesus: quem lhe leva este homem (incapaz, portanto, de ir por si, pois não pode comunicar) pede que Jesus lhe imponha a mão, gesto evangélico de cura. Mas Jesus desenvolve todo um conjunto de gestos, de símbolos corporais, de movimentos, como se tratasse de uma liturgia. Há o afastar-se da multidão, até ficarem os dois a sós. Jesus põe os dedos nos ouvidos, toca a língua com saliva, levanta os olhos ao céu, geme e, finalmente, diz apenas uma só palavra, que condensa em si todo o significado da sua vida messiânica: «abre-te». O texto guarda memória do termo hebraico, effathá. Uma palavra poderosa, capaz de abrir os sentidos para o outro.

Compreendemos que não se trata aqui apenas de uma surdez e de um mudez físicas, mas de algo bem mais profundo: a capacidade de escutar e de comunicar. Não será essa, de facto, a capacidade mais difícil de aprender, de deixar abrir, numa sociedade que se diz «da comunicação»? O tempo de Jesus, como o nosso, gerava pessoas que não eram escutadas nem tinham voz, pessoas excluídas pela lei da voz mais forte, do poder de «direito de antena». Uma humanidade que, como no tempo de Jesus, é capaz de produzir leis, tradições, ordens sociais, cidades e exércitos, mas necessitada ainda de se abrir a uma palavra nova, pascal, frágil como a graça e o perdão.

De novo, colocam-se as perguntas: a leitora e o leitor transportam-se para a personagem sem nome, nossa gémea, que é curada por Jesus? Mesmo que os nossos ouvidos ouçam e a nossa língua fale, a que palavras prestamos atenção? E que palavras pronunciamos? Abrir-se à Palavra é superar o absoluto do imediato, do juízo, do pessimismo alimentado pelos noticiários, do medo que nos torna surdos e mudos às necessidades daqueles de quem somos próximos. O Evangelho é um effathá, um «abre-te»: abre-te diante do Aberto, do Outro, da Fonte de onde brota toda a pertença à comunidade do dom, do perdão, do anúncio da Graça. Ainda nos recordamos da última vez que uma palavra abriu os nossos sentidos, a nossa imaginação e a nossa inteligência para a compreensão de algo novo, de um Reino a vir e a abrir as fronteiras fechadas do nosso quotidiano?

A fé entra pelo ouvido

«Como hão-de invocar aquele em quem não acreditaram? E como hão-de acreditar naquele de quem não ouviram falar? E como hão-de ouvir falar, sem alguém que o anuncie? E como hão-de anunciar, se não forem enviados? Por isso está escrito: Que bem-vindos são os pés dos que anunciam as boas-novas! Porém, nem todos obedeceram à Boa-Nova. É Isaías quem o diz: Senhor, quem acreditou na nossa pregação? Portanto, a fé surge da pregação, e a pregação surge pela palavra de Cristo» (Rm 10, 13-17).

Vimos no relato do Evangelho de Marcos que a comunicação gestual é uma das linguagens da fé: Jesus toca os ouvidos, partilha a saliva, eleva os olhos e geme, e só no final é que fala, dizendo uma única e plena palavra. Por isso a tradição da Igreja, desde os seus primórdios, reconhece a importância dos símbolos e dos gestos: do abraço da paz ao óleo que unge os enfermos, do partir do pão ao elevar as mãos da oração. Tendemos a situar tais gestos no espaço litúrgico; no entanto, diante de situações de profundo sofrimento e solidão, são tais gestos de sóbrias palavras que melhor ajudam a comunicar.

Mas a fé tem um caráter sonoro: é da escuta, da transmissão da boa-notícia, de nomes, relatos e acontecimentos que o crente se reconhece abraçado numa história de salvação: uma história que envolve todas as experiências de sofrimento, angústia e morte, não as anulando, mas abrindo-as a um horizonte de esperança. A escuta é, de facto, uma abertura, e uma abertura de confiança, de horizontes, de história. Tendemos a reduzir a transmissão da fé à sua dimensão moral e ritual, de conhecimento dos mandamentos e participação nos sacramentos. Numa cultura de tradição oral era mais imediato o hábito da transmissão pela pregação e pela escuta de narrativas, de testemunhos de experiências vividas. Uma experiência mais lenta e paciente do tempo dilata a atenção e a disponibilidade para a escuta das narrativas cristãs, abrindo os horizontes da mente, dos lábios e do coração para uma Palavra maior.

Muitas das palavras que ouvimos são impessoais: não conhecem o interlocutor, não precisam da sua presença (preferem as audiências), são massivamente distribuídas pelas redes digitais. Também no seio da Igreja pode correr-se o risco de confiar apenas numa comunicação massificada, uniforme, em torno de noções gerais da ética cristã. Podemos colocar-nos a pergunta: quando foi a última vez que alguém – um crente experimentado, uma pessoa sábia, uma testemunha – conversou connosco e nos contou uma história, a história do seu encontro com o Vivente que lhe abriu os ouvidos, os olhos e a língua para o Evangelho? «Senhor, diz uma palavra» (Mt 8,8). Este pedido do centurião de Cafarnaum – que entrou para a nossa liturgia, repetindo-se no momento da comunhão eucarística – ressoou na relação mestre-díscípulo que sustentou toda a tradição espiritual cristã. Aidna temos tempo e disposição para escutar e para testemunhar?

É certo que uma clericalização dos processos e funções de transmissão da fé retirou aos crentes o apelo e a liberdade de contar a história da sua fé, confiando-a aos circuitos institucionais (catequese de infância, homilias, formações eclesiais). Quem, no entanto, não identifica, na sua história pessoal, o testemunho de alguém – possivelmente um familiar mais velho, um catequista ou um pároco – que, na sua simplicidade, nos abriu os ouvidos, a língua e os pés para o Mistério que habita e percorre a nossa vida? Poderão os ruídos e estímulos da sociedade de comunicação silenciar estas vozes singulares e impedir-nos de as escutar?

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