«O crer de quem crê é tão incerto e vacilante, quase sempre à espera de se apagar, que mal consegue confortar-se, e aventura-se pouco; é como uma vela acesa no meio do vento e da chuva numa noite de inverno; não é, de modo nenhum, uma bandeira que se leva em glória; porque, apesar de não saber nada ou quase nada sobre Deus, sabe contudo que não Lhe agrada ser amado do modo como os exércitos amam a vitória...
Para um crente, não lhe agrada nada pensar a Deus como um pai… ou como um irmão ou um amigo; tais palavras deixam-no frio. Talvez no humor e no rir-se de si mesmo, o crente sente estremecer e flutuar algo que rapidamente desaparece, e que, talvez, fosse o próprio Deus. Àquele que crê, se pudesse dizer o que mais ama em Deus, seria talvez a sua extraordinária atenção ao mais pequeno pensamento…
O crente talvez nada saiba sobre Deus, mas sabe que, se Deus existe, nunca será, com absolutamente ninguém, distraído ou indiferente. E ao crente, lhe gostaria de ser, para com todas as pessoas a quem encontra, extremamente atento, tal como, talvez, Deus o seja.»
N. Ginzburg, “Mai devi domandarmi”, Torino 1991
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Li a”pérola” :Gosto.Masem que livro se encontra?
Obrigado
Bom dia sr.º António: o excerto encontra-se no livro italiano de N. Ginzburg, “Mai devi domandarmi”, Torino 1991. Os melhores cumprimentos