E, já que teremos o autor aqui por Braga na próxima quinta-feira, na faculdade de teologia… acaba de chegar à Fundamentos a sua mais recente publicação. Um excerto e índice aqui:
António Couto
ed. Letras&Coisas | Matosinhos 2013 | 177 págs. | PVP: 8,00 euros
«A arquitectura do Livro do Génesis apresenta-nos o livro organizado em duas grandes secções: as narrativas da criação ou do começo (Gn 1-11) e as narrativas patriarcais (Gn 12-50). As narrativas da criação mostram-nos as origens da humanidade, restringindo- -se depois, nas narrativas patriarcais, a um único eleito – Abraão, Isaac, Jacob –, e a um povo eleito, Israel, deixando o texto, todavia, bem claro que a eleição de um se destina ao benefício de todos. A arquitectura do Livro do Génesis parte, pois, de todos, concentrase sobre um, mas mostra-o sempre em relação e abertura para todos. A temática dos conflitos entre irmãos serve o objectivo maior de mostrar a importância do caminho da reconciliação. São muitos os saberes e sabores que o Livro do Génesis serve ao leitor. Para efeitos de clareza, a presente Obra aparece organizada em três Capítulos: «Narrativas da Criação» (1), que estuda Gn 1,1- -2,4a e Gn 2,4b-3,24; «Da cobiça à Aliança» (2), que estuda Gn 4-11; «Narrativas Patriarcais» (3), que estuda Gn 12-50. Que o leitor se delicie com estas páginas, em que Deus e o homem se procuram e se encontram, ou se distanciam. Foi com prazer, espanto e proveito sempre renovados que as fui escrevendo.»
(Uma nota do livreiro: numa primeira leitura, os textos têm por base alguns capítulos do livro publicado anteriormente «Pentateuco: Caminho da Vida Agraciada», ed. UCE, Lisboa 2005 2ª edição)
Introdução | 1. Narrativas da Criação | 2. Da cobiça à aliança (Gn 4-11) | 3. Narrativas patriarcais
«A Criação resulta, portanto, da intencionalidade boa, de um acto de amor do Deus criador. Note-se, porém, que, por parte do Deus criador, um acto de amor gratuito é também um mandamento de amor gratuito e exigente proposto à liberdade do homem. Neste sentido, a criação, na Bíblia, não é apenas puro dom de Deus ao homem, mas também a constituição do homem como partner de Deus e sua interpelação a amar como Deus ama.
A criação não é, portanto, um mero dado de facto, mas um e-vento que se acende sempre que um homem recebe o mundo como dom e se recebe a si mesmo como dom, e, por amor, o dá outra vez e se dá outra vez. A criação diz-nos que o sentido das coisas não é a sua existência, o seu simples ‘estar aí’, mas o seu ser dadas, o seu ser dom. Verdadeiramente as coisas são dom, e o seu ser é o seu ser dadas. Um objecto não é a sua forma, dimensão, preço, cor, força e movimento, mas um acto de Deus. No plano criacional, não há o ser das coisas e, depois, sucessivamente e por sobreposição, o seu ser dadas; pelo contrário, é precisamente o seu ser dadas que constitui o seu ser.
É este o sentido que as habita e as faz ser. É esta a razão e a intencionalidade que as anima. Em última análise, isto significa que a criação bíblica não é uma operação automática, porque reclama sempre o meu consentimento e a minha liberdade. No Antigo Testamento, a criação não pertence ao passado. É uma acção actual e de carácter contínuo, que o autor bíblico exprime recorrendo muitas vezes ao particípio presente, de difícil tradução em português, mas que mostra de forma feliz este aspecto actual e presente da criação». (pág. 24)
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