Autor: Blaise Pascal | Edição: Relógio d’Água | Páginas: 480
O século XVII francês conheceu o surgimento de uma figura maior do pensamento e da ciência: com uma formação prodigiosa, Blaise Pascal formulou regras matemáticas, sistemas de cálculo e teorias da física. E deixou também, para a tradição da espiritualidade cristã, um conjunto de manuscritos por publicar que testemunham uma magnífica aventura pessoal de busca da verdade sobre Deus. A esses escritos se atribui habitualmente o título de Pensamentos, agora publicados numa nova tradução da responsabilidade de Miguel Serras Pereira.
A leitura calma e pausada dos Pensamentos transporta o leitor para o mundo religioso do autor, que vão desde a defesa apologética do catolicismo (diante das reformas protestantes e dos escritores iluministas) até à procura de um sentido que desperte a consciência do ser humano. Nos escritos de Pascal encontramos uma sabedoria de vida que não permite adormecer os desejos e anseios que o coração humano contém – e que procuramos silenciar, frequentemente, com as múltiplas distrações ou ocupações de que nos socorremos, hoje ainda mais do que quando Pascal escreveu sobre isso.
Apesar do seu percurso filosófico, Pascal recusa-se a apresentar ou descobrir argumentos ou provas que justifiquem a existência ou a ação de Deus na história humana: trata-se, antes, de discernir os testemunhos das Escrituras, das tradições religiosas e da própria sabedoria do ser humano, das suas fragilidades e deficiências, para aí encontrar o rosto de um Deus de Graça, amante e consolador do espírito humano.
Aqui se apresenta, diante o do leitor, uma das obras maiores do espírito cristão – e na língua portuguesa em que falamos, lemos e escrevemos todos os dias. Trata-se de um privilégio a que nos compete retribuir.
Mensageiro de Santo António, julho 2019
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