Fundamentos

Só o Amor nos Salvará

É a vez da Lucerna publicar uma obra de Jorge Bergoglio: 23 homilias do seu ministério como bispo de Buenos Aires, incluindo o seu discurso na última congregação geral antes do conclave, que partilhamos aqui.

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«Só o Amor nos Salvará»

Jorge Bergoglio

ed. Lucerna | Cascais 2013 | 145 págs. | PVP: 10,90 euros

É a vez da editora Lucerna propor uma publicação em Portugal de textos de Jorge Bergoglio, de quando era bispo de Buenos Aires: um conjunto de 23 homilias e discursos, em diversos contextos da arquidiocese argentina. O último deste texto, que transcrevemos, é o manuscrito de um discurso de Bergoglio na última congregação geral em Roma antes do Conclave da sua eleição.

«Fez-se referência à evangelização. É a razão de ser da Igreja. “A suave e reconfortante alegria de evangelizar” (paulo VI, exortação apostólica Evangelii Nuntiandi). É o próprio Jesus Cristo quem, de dentro, nos impulsiona.

1. Evangelizar supõe zelo apostólico. Evangelizar supõe, na Igreja, a parrésia de sair de si mesma. A Igreja é chamada a sair de si mesma e a ir para as periferias, não apenas as geográficas, mas também as periferias existenciais: do mistério do pecado, da dor, da injustiça, da ignorância e da presciência religiosa, do pensamento, da miséria.

2. Quando a Igreja não sai de si mesma para evangelizar torna-se autorreferencial e, dessa forma, doente (cf. a mulher curvada sobre si mesma do Evangelho). Os males que, ao longo do tempo, surgem nas instituições eclesiásticas têm a sua raiz na autorreferencialidade, um género de narcisismo teológico. No Apocalipse, Jesus diz que está à porta e bate (cf. Ap 4,20). Evidentemente, o texto refere que Ele bate do lado de fora da porta, para entrar. Mas penso que, por vezes, Jesus bate de dentro para que O deixemos sair. A Igreja autorreferencial quer Jesus Cristo dentro de si e não O deixa sair.

3. A Igreja, quando é autorreferencial, sem se dar conta, crê que tem luz própria; deixa de ser o mysterium lunae e dá lugar ao mal tão grave que é a mundanidade espiritual (segundo de Lubac, o pior mal que pode acontecer à Igreja), esse viver para dar glória uns aos outros. Simplificando, há duas imagens de Igreja: a Igreja evangelizadora que sai de si, a Dei Verbum religiose audiens et fidenter proclamans (constituição dogmática Dei Verbum, sobre a Revelação Divina), ou a Igreja mundana que vive em si, de si, para si. Isto deve projectar luz sobre possíveis mudanças e reformas que há que fazer para a salvação das almas.

4. Pensando no próximo Papa: um homem que, a partir da contemplação e da adoração de Jesus Cristo, ajude a Igreja a sair de si mesma para as periferias existenciais, que a ajude a ser a mãe fecunda que vive “a suave e reconfortante alegria de evangelizar”. (pág. 155).

Veja também:

Obras de Jorge Bergoglio | Magistério | Edições Lucerna

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