Os Deuses e a Origem do Mundo

Os Deuses e a Origem do Mundo

António de Freitas

Quetzal | 2015 | 146 páginas

A partir da segunda metade do século XIX os avanços obtidos em ciências como a arqueologia, a história e a linguística permitiram conhecer, a partir de escavações realizadas nos países do Médio Oriente, todo um conjunto de textos e literatura de civilizações antigas. Tais civilizações – Suméria, Babilónia, Egipto, Assíria – conheceram o seu esplendor cultural e político nos segundo e primeiro milénios antes de Cristo, e influenciaram decisivamente a história de Israel. Entre o seu património, contam-se textos e poemas (chamados Cosmogonias) relativos à origem e criação do mundo, tal como o conhecemos.

O estudo deste património da Humanidade é vital para conhecer melhor o contexto cultural no qual os livros da Bíblia (e particularmente o livro Génesis) nasceram, pois os autores bíblicos viveram e partiram deste húmus cultural para o re-interpretar, criativamente, à luz da Aliança.

É sobre estes textos que se debruça a obra de António de Freitas, especialista em lógica medieval e professor da Universidade do Minho. O autor apresenta uma selecção de cosmogonias, com tradução própria, das civilizações do Antigo Oriente até à Grécia, passando pela Índia e por Israel (em cuja tradição o autor inclui o Cristianismo). Cada texto é antecedido de uma breve introdução, comparando as diferentes visões que cada texto apresenta sobre o Universo, o Ser Humano e Deus. Uma boa proposta de leitura, que introduz o leitor no conhecimento deste importante património da Humanidade.

“As Cosmogonias são textos antigos presentes em todas as civilizações. Estes textos pretendem explicar a origem do mundo, com a intervenção ou não de deuses, em escritos que podem ser mais ou menos mitológicos e filosóficos. Os textos cosmogónicos contêm em si uma grande riqueza cultural e linguística. Em geral são textos muito antigos que descrevem tempos históricos incertos nas civilizações a que pertencem.”

Artigo publicado na edição de Julho do Mensageiro de Santo António