Fundamentos

Domingo XXV Tempo Comum

        

Que Discutíeis pelo Caminho?

«Partindo dali, atravessaram a Galileia, e Jesus não queria que ninguém o soubesse, porque ia instruindo os seus discípulos e dizia-lhes: «O Filho do Homem vai ser entregue nas mãos dos homens que o hão-de matar; mas, três dias depois de ser morto, ressuscitará.» Mas eles não entendiam esta linguagem e tinham receio de o interrogar.

Chegaram a Cafarnaúm e, quando estavam em casa, Jesus perguntou: «Que discutíeis pelo caminho?» Ficaram em silêncio porque, no caminho, tinham discutido uns com os outros sobre qual deles era o maior.

Sentando-se, chamou os Doze e disse-lhes: «Se alguém quiser ser o primeiro, há-de ser o último de todos e o servo de todos.»

E, tomando um menino, colocou-o no meio deles, abraçou-o e disse-lhes: «Quem receber um destes meninos em meu nome é a mim que recebe; e quem me receber, não me recebe a mim mas àquele que me enviou.»

Mc 9,30-37

Espírito Santo,

Jesus convidou-nos a imitar-te, construindo um coração idêntico ao teu: “Aprendeu de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11, 29). Dá-nos a força para sabermos adoptar as atitudes correctas e necessárias, a fim de sabermos moldar um coração de homens novos. Não podemos moldar um coração de homens novos s em cultivarmos a humildade, assumindo as nossas limitações e os nossos erros. Na verdade, os homens de coração novo não estão sempre a culpar os outros das suas culpas, insatisfações e fracassos. É um excelente sinal de humildade a pessoa saber aceitar as próprias limitações e procurar realizar-se com os seus talentos reais.

Ser humilde é ser verdadeiro em relação a si e aos outros. É também reconhecer que uma pessoa, para se realizar, precisa dos outros, pois a plenitude da pessoa não está em si, mas na reciprocidade da comunhão. Para moldar um coração humilde, a pessoa deve aprender a escutar o irmão e aceitá-lo assim como ele é. As pessoas demasiado enredadas em si não conseguem escutar os outros. Eis a razão pela qual não são capazes de sintonizar e comungar com os outros. A pessoa humilde reconhece o seu pecado. A pessoa de coração novo procura não julgar os outros.

Jesus disse que o coração é a fonte da qual emergem as boas e as más decisões. A pessoa que procura ser amável e serena nas relações com os irmãos já está a viver a bênção prometida aos mansos, os quais possuirão a terra, como diz Jesus no evangelho de São Mateus (Mt 5, 5). A amabilidade desmonta as agressividades com que os outros pretendem muitas vezes agredir-nos. Ter a gentileza de dar a primazia é uma atitude que não passa despercebida dos outros e ajuda-nos a moldar um coração atento e fraterno. A pessoa humilde sabe reconhecer os momentos oportunos para falar e as melhores ocasiões para escutar é sinal de sabedoria. É um excelente sinal de amor fraterno saber evitar argumentos inúteis que só servem para exaltar os ânimos.

É um excelente sinal de humildade saber reconhecer quando o outro tem razão. O alicerce da humildade é a sabedoria que capacita a pessoa para se analisar com critérios de verdade, interagir. A pessoa humilde confia em Deus, fazendo dele o rochedo sólido para edificarmos a nossa casa. A pessoa humilde treina-se na arte de facilitar a realização dos outros, não se esquecendo de que o importante é aceitá-los por eles serem o que são e não por fazerem o que nós queremos. Nos seus diálogos, a pessoa humilde procura comunicar sempre numa linha de verdade e autenticidade. No trato com os irmãos não está sempre a olhar só para os seus interesses, tentando sobrepor-se aos outros.

A pessoa humilde recorda-se de que os outros são um dom de Deus, pois são mediações para a ela se poder realizar. Por outras palavras, a pessoa humilde tem consciência de precisar dos outros, pois sabe que ninguém pode ser feliz sozinho. Isto torna-se ainda mais claro à luz da fé, pois a Palavra de Deus diz-nos que apenas com os outros podemos formar a Família de Deus. A pessoa humilde tem consciência de que ninguém é bom em tudo e que nenhuma pessoa é a medida dos outros. A pessoa humilde é agradecida, sobretudo quando sente que os outros estão a ser atentos e respeitadores da sua originalidade e diferenças.

De facto, a pessoa que tenta controlar e manipular os outros nunca conseguirá ter um coração de homem novo, pois está a impedir que os outros possam emergir como pessoas livres, conscientes e responsáveis. As pessoas humildes procuram pôr o amor e a fraternidade em primeiro plano e por isso são uma mediação privilegiada do amor de Deus para os irmãos. A pessoa humilde tenta amar o outro, apesar dos seus defeitos, impedindo assim que ele seja marginalizado apesar das suas imperfeições. A pessoa humilde tem a capacidade de se alegrar com os sucessos dos outros como se fossem seus. A pessoa humilde nunca se afasta do outro pelo facto de ele ter sofrido revezes e fracassos. A pessoa humilde não alimenta ressentimentos ou planos de vingança no seu coração. A sabedoria que serve de alicerce à humildade é um dom do Espírito Santo, o grande arquitecto do Homem de Coração Novo. A pessoa humilde é disponível e procura alicerçar as suas atitudes e opções no pilar da gratuidade.

Espírito Santo, São Paulo diz que tu és o amor de Deus derramado nos nossos corações (Rm 5,5). Ajuda-nos, Espírito de Amor, a moldar em nós um coração manso e humilde como o de Jesus. Com o teu jeito maternal de amar faz que as nossas atitudes sejam geradoras de paz e harmonia, afim de os nossos corações se configurem com o coração de Jesus.

Em Comunhão Convosco, Calmeiro Matias    (www.calmeiro-matias.blogspot.com)

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Salmos e Preces | Anáfora «Só o Serviço por Amor me leva à plenitude humana», Fray Marcos | «Por que o esquecemos?», José A. Pagola

Bom fim-de-semana!

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