Dia de José,celebrado também como o Dia do Pai. Pouco(quase nada!)conhecemos de José,tal como pouco conhecemos da vida de Jesus em Nazaré.Um breve texto,do jesuita F. Varillon. Bom dia do Pai!

«Reproduzir na própria monotonia da meditação a monotonia dos trinta anos vividos em Nazaré. Trinta anos! Tentai experimentar em vós mesmos esta duração, esta banalidade, este mergulho no silêncio. Não esqueçais que se trata de Deus, de Deus encarnado. Nazaré é o tecido da vida de Cristo. Na realidade, alguns anos da vida pública são apenas a franja. Nazaré é o próprio tecido.
Tentemos ver Jesus crescer, lentamente. Jesus bebé, criança, poder-se-ia dizer, garoto, descalço nas ruas de Nazaré, nos dias de chuva… Estive ali num dia de chuva. Que banalidade! Era quotidiano, como dizia Francisco de Sales. Via as crianças árabes que patinhavam nos ribeiros dos caminhos e imaginava Maria indo à porta e dizendo: “Jesus! Entra, entra, olha que está a chover, vais molhar os pés, vais apanhar frio…” Tentar reviver tudo isso. Trata-se de Deus. Aqui se revela o que é o ser eterno de Deus, a quem os filósofos chamam o Infinito, o Absoluto, o Transcendente. É tudo isso que nos é decomposto em gestos humanos (…)
A Igreja recusou os chamados evangelhos apócrifos. Os evangelhos foram numerosos, mas a Igreja conservou somente quatro. Com um instinto infalível, recusou todos os evangelhos em que se multiplicavam os milagres, de algum modo para salvar Jesus dessa banalidade insuportável (…) Contemplemos agora muito simplesmente esta família da qual se pode dizer que é a projecção sobre a terra da Trindade, que é o modelo de toda a comunidade humana. Poder-se-ia chamar-lhe a santa comunidade, a comunidade santa entre todas. Que podemos verificar? Primeiro, que é pobre.»
François Varillon, «A Mensagem de Jesus», Braga 2007, pág. 49. (na imagem, O Sonho de José, Rembrandt)
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