Porque devemos chamar-nos cristãos

Acaba de chegar à Fundamentos a primeira publicação da Frente e Verso, a nova chancela dos Jesuítas de Portugal: aqui fica um breve excerto e índice:

«Porque devemos chamar-nos cristãos:

As raízes religiosas das sociedades livres»

Marcello Pera |

Prefácio de Bento XVI |

ed. Frente e Verso | Braga 2013 | 246 págs. | PVP: 18,00 euros

«Se querem vencer as debilidades do liberalismo actual e enfrentar com vigor renovado os desafios postos, hoje, às sociedades livres, os liberais precisam de se reconhecer culturalmente cristãos – o que não implica ser cristão crente nem renunciar à laicidade do Estado. Esta identidade cultural do liberalismo está em causa nos debates que atravessam, hoje, a Europa e o Ocidente, em geral. Filho da tradição judaico-cristã, o liberalismo não pode renunciar à sua identidade originária sem renunciar a si mesmo. Sem aquela tradição, aspectos essenciais do liberalismo – como os direitos do homem, a liberdade individual, a anterioridade do individuo face ao Estado, a prevalência do Estado de direito – ficam sem fundamento e perdem a garantia de universalidade, essencial para a sua compreensão e afirmação.

A “apostasia do Cristianismo” é, portanto, a doença das sociedades livres. Os sintomas desta doença abundam e Marcello Pera identifica alguns: a incapacidade de unir a Europa, devido à recusa em reconhecer a alma que a anima; o esgotamento do Estado social; a debilidade cultural do Ocidente face a culturas alheias à sua tradição, sobretudo a islâmica; o relativismo e o multiculturalismo; a falência ética do Ocidente… A sobrevivência do liberalismo e das sociedades livres depende, portanto, de uma renovada compreensão das suas origens e da afirmação descomplexada dessas origens. Caso contrário, o liberalismo não tem futuro e as sociedades livres do Ocidente perderão a sua identidade.»

Marcello Pera (1943), Filósofo e Político italiano, senador desde 1996 e Presidente do Senado italiano entre 2001 e 2006. Exerce como Professor de Filosofia da Ciência e publicou em Itália e em todo o mundo numerosos volumes de argumentação filosófica. Das suas publicações, destaca-se, para além do presente volume, uma obra escrita em conjunto com o então Cardeal Joseph Ratzinger, Senza radici (2004).

Índice

Introdução | 1. Liberalismo, a Equação laicista e a questão do cristianismo | 2. Europa, Cristianismo e a questão da identidade | 3. Relativismo, fundamentalismo e a questão moral

Veja também:

«Um liberal no seu labirinto»: Recensão por António Marujo