Fundamentos

A 12 de Maio de 1915 nasceu Roger Schutz

2-ROG-DEU-194x300

Uma confiança muito simples

Haverá realidades que tornam a vida bela e a respeito das quais se possa dizer que suscitam plenitude e alegria interior? Sim, há. E uma dessas realidades tem por nome confiança.

Será que compreendemos que o melhor se constrói, em cada um de nós, através de uma confiança muito simples? E até uma criança a pode alcançar.

Contudo, em todas as idades, há pessoas marcadas pela dor, pelo abandono, pela morte de entes queridos. E, actualmente, para muita gente, o futuro é tão incerto que faz com que se perca o gosto pela vida.

Para todos, a fonte da confiança está em Deus: ele é amor e perdão, e habita o centro da nossa alma. A confiança não ignora o sofrimento de tantas pessoas que, através do mundo, são desfavorecidas. As suas provações interrogam-nos: como podemos ser dos que, sustentados por uma vida de comunhão com Deus, procuram tornar a terra mais habitável?

Longe de fugir das responsabilidades, a confiança permite que nos mantenhamos de pé, quando as sociedades humanas são abaladas. Ela permite-nos avançar, mesmo quando surgem contrariedades. Uma tal confiança torna-nos capazes de um amor desinteressado.

Hoje, através da terra, são numerosos os jovens que procuram sarar feridas no seio da família humana. A confiança que os move pode tornar a vida bela ao seu redor. Será que sabem que, neles, brilha muitas vezes uma esperança?

Desde há cerca de quarenta anos que, com os meus irmãos, vivemos na admiração: por que razão vêm os jovens a Taizé e como é possível que este acolhimento se tenha alargado tanto?

Vendo na nossa colina tantos rostos de jovens, não só da Europa ocidental e oriental como também, cada vez mais, de outros continentes, compreendemos que eles trazem consigo questões vitais; principalmente esta: onde encontrar um sentido para a minha vida? Alguns questionam-se: qual o chamamento que Deus me dirige?

Com aqueles que acolhemos, quer em Taizé quer nas nossas pequenas fraternidades em que alguns irmãos vivem entre os mais pobres, em diversas partes do mundo, quer ainda aquando dos encontros nas grandes cidades, gostaríamos de procurar formas de retomar ânimo e de viver Cristo para os outros.

Procuramos ser para eles homens de escuta e não mestres espirituais. Escutá-los, para que possam não só expressar as suas limitações e mágoas, mas também descobrir os seus próprios dons e sobretudo pressentir uma vida de comunhão com Deus, com Cristo, com o Espírito Santo.

Irmão Roger, de Taizé, “Deus só pode amar”, Coimbra 2004

Deixe um comentário

@wpshower

Feeds

Susbscribe to our awesome Blog Feed or Comments Feed