Fundamentos

Crer, para quê?

«Crer, para quê? À conversa com os que perderam a fé»

José António Pagola

ed. Gráfica de Coimbra, Coimbra 2008, 217 págs.

PVP: 14,00 euros

«Escrevo estas páginas a pensar sobretudo naqueles que, ao longo destes anos, vos fostes afastando da fé que vivestes quando éreis crianças. Escutei muitas vezes as vossas perguntas e as vossas incertezas. Alguns de vós contastes-me em pormenor a vossa trajectória. Compreendo as vossas dúvidas e preconceitos: já não sabeis se tendes ou não tendes fé. Já não sabeis se Deus tem para vós algum interesse. Conversando convosco e ‘escutando’ o vosso coração, fiquei com uma convicção: Deus pode ser uma surpresa para muitos de vós. Sentireis uma alegria nova se aprendêsseis a viver com Ele de uma outra forma.»

(…)

«Não sei se já alguma vez te puseste a pensar que ideia faria Jesus de Deus. Para os cristãos é uma coisa fundamental, já que a nossa fé assenta na experiência que Jesus tem de Deus. Jesus vive seduzido pela bondade de Deus. Para Ele, Deus é bom. Isto é o primeiro e o mais importante. Jesus capta o mistério de Deus como um mistério de bondade. Não precisa de se apoiar em texto algum das Escrituras Sagradas. Para Ele é uma experiência indiscutível. Deus é uma presença boa que abençoa a vida.

O que caracteriza a Deus não é o seu poder. Não é como Júpiter, Apolo ou Saturno. Não é como as divindades pagãs do Império romano, que aterrorizavam os seus fiéis. O que caracteriza a Deus nem sequer é a sabedoria, como se pensava em alguns sectores da Grécia. Jesus sente a Deus de outra maneira. O mistério mais íntimo de Deus, aquele que nos escapa, Jesus capta-o como um mistério de bondade. Deus é bom, ama-nos e só busca o nosso bem. Será assim que tu o concebes?

Este Deus bom é um Deus próximo. Jesus vive esta proximidade de Deus com uma simplicidade e uma espontaneidade admiráveis. O Pai cuida até das criaturas mais frágeis, revela-se aos mais pequenos, vai à procura dos que andam tresmalhados. Este Deus está no centro da vida.

Para Jesus, tudo isto não é teoria. Deus está próximo e acessível a todos. Qualquer pessoa pode pôr-se em contacto com Ele de maneira directa e imediata a partir do mais íntimo do coração. Deus fala a cada um sem articular palavras humanas. Até os mais pequenos pode descobrir a sua bondade.

Para encontrar a Deus não é necessário deitar mão de rituais complicados nem pronunciar solenes orações. Jesus convida a todos a viver confiando em Deus bom e próximo: ‘Quando rezardes, dizei: Pai!’ Quê? Também sentes a Deus como um Pai próximo de ti?

Este Deus é bom para com todos, e não somente para com os bons. Muitas vezes Jesus contemplava o amanhecer enquanto estava em oração a falar com o Pai. Não sabemos como viveria esse momento, mas gostava de dizer: ‘Deus faz sair o sol sobre bons e maus. Envia a chuva sobre os justos e sobre os pecadores’. O sol e a chuva são de todos. Não têm dono. Deus oferece-os como uma dádiva. A ideia de Jesus é clara. Deus não é como nós. Não segue a nossa tendência de pôr de lado os maus. Deus não é propriedade dos bons. Não pertence aos que praticam a religião. O seu amor está aberto a todos, também aos maus.»

Índice

Apresentação | 1. Crer para quê? | 2. Será possível reagir? | 3. Como procurar a Deus? | 4. Como caminhar para Deus? | 5. Pode-se aprender a rezas? | 6. Jesus o melhor caminho | 7. Viver a Deus de uma maneira nova | Anexos: 1) Grupo de ‘Buscadores’ | 2) As Reuniões | 3) Textos para Rezar | 4) Textos para Escutar a Deus

Veja também:

Obras de José A. Pagola | Espiritualidade | Gráfica de Coimbra

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