Viver o Evangelho – II
François Varillon
Ed. Apostolado da Oração | Braga 2007 | 286 págs. | PVP: 12,00 euros.
«A Mensagem de Jesus», é um convite a caminharmos pela vida de Jesus, pela sua história, pela sua missão, através dos testemunhos que os Evangelhos nos fornecem. O autor, François Varillon (1905-1978), jesuita francês, marcou e continua a marcar muitos cristãos sobretudo através dos exercícios espirituais que orientou, um dos quais (de trinta dias) foi recolhido e organizado em quatro volumes por Charles Ehlinger (em Portugal, publicados pela editorial Apostolado da Oração). «A Mensagem de Jesus» é o terceiro desses volumes.
Ao longo dos livros, que transmitem a experiência de uns exercícios, François Varillon convida-nos a regressar, constantemente, ao centro da fé cristã, ao núcleo do Evangelho, e a rever as nossas ideias e experiências de fé. Em «A Mensagem de Jesus», é o próprio anúncio de Jesus que o autor nos leva a redescobrir, numa chave de espiritualidade, num caminho de crescimento como cristão. Apresento um excerto da obra, assim como o indíce, de uma excelente proposta para revermos o centro da nossa fé e actualizarmos a nossa experiência à luz do Evangelho.
«Esta oração começa pela palavra Pai em aramaixo, a lingua de Jesus: abba. S. Paulo (Romanos 8,15 e Gálatas 4,6) emprega a palavra abba tal como está no original aramaico.
Abba representa alguma coisa de absolutamente novo. Chamar Pai a Deus não é novo. Deus é invocado como Pai desde o terceiro e segundo milénios antes de Cristo, em orações sumérias. Na civilização suméria, a divindade é evocada como Pai. E, é evidente, também no Antigo Testamento. Deus é o Pai de Israel. O que é novo é que abba é o nome dado pela criancinha ao seu papá. Lemos no Talmud isto: «Logo que uma criança é desmamada, aprende a dizer abba e imma». Abba é o papá e imma é a mamã. É ao mesmo tempo pueril e quotidiano e é a raiz, a própria origem da linguagem. E se é a origem da linguagem, é também a própria raiz do ser.
Mas nunca ninguém ousaria dizer abba dirigindo-se a Deus. Nós mesmos, não ousaríamos chamá-lo Abba, «paizinho, paizinho querido». É a primeira palavra da criança que é desmamada, ou, em linguagem judaica, que começa a comer frumento, a quem não damos outra coisa senão o leite da mãe. É isto abba, a simplicidade mais simples, a intimidade mais íntima, o abandono mais abandonado, a confiança mais confiante. Como dizem os exegetas, é a ipsissima vox de Jesus, a própria voz de Deus, a própria voz de Jesus, o centro do seu ser.
Jesus diz aos apóstolos: «Direis como eu: Abba!». Por outras palavras, Ele dá aos seus o direito de falar a Deus como Ele lhe fala. Ele dá-nos parte, faz-nos participar da sua situação de filho. É o caminho do Reino. «Quero que onde Eu estou, vós estejais também». (pág. 151)
I. A Infância de Jesus | 1. A Visitação | 2. O Magnificat | 3. A vida comum em Nazaré | 4. O encontro de Jesus no Templo | II. O Anúncio do Evangelho | 1. O Chamamento dos Apóstolos | 2. O Sermão da Montanha | 3. O Pai-Nosso | 4. A Parábola do Semeador | 5. Lázaro e o Rico | 6. O Publicano e o Fariseu | 7. O Bom Samaritano | 8. Os Trabalhadores da Décima Primeira Hora | 9. Conhecer o Perdão de Deus | 10. O Amor nasce do Perdão | 11. O Risco da Fé | 12. Ser tudo para todos | 13. Marta e Maria | 14. A Liberdade de Jesus
Obras de François Varillon | Jesus Cristo| Edições AO
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