Ciência e Religião
Hans Küng
Edições 70 | Lisboa 2012 | 237 págs.
PVP: 19,90 euros
É significativo como não deixam de surgir publicações (e de qualidade claro) sobre o tema religioso em editoras não-confessionais. Agora, em duas revistas – a LER de Maio 2012 e a Além-Mar de Junho 2012 – são publicadas apresentações do livro.
Para ler o artigo da LER: http://www.edicoes70.pt/site/sites/default/files/41535970_0.pdf
Para ler o artigo da Além-Mar: http://www.edicoes70.pt/site/sites/default/files/além%20mar%20Jun2012.jpg
«Faça-se a luz!: assim está escrito na Bíblia hebraica nas suas primeiras frases sobre o ‘começo’ dos ‘céus e da terra’. ‘Informe e vazia’ era a Terra: ‘as trevas cobriam o abismo e o espírito de Deus movia-se sbre a superfície das águas’. Antes de todas as outras coisas, ainda antes do Sol, da Lua e das estrelas, foi criada a luz. Com mais força do que as palavras o possam exprimir, também melhor do que Miguel Ângelo o logrou oferecer à contemplação na Capela Sistina, foi Joseph Haydn quem no seu oratório ‘A Criação’ o traduziu em som: com a surpreendente mudança fortíssimo de toda a orquestra de um mi bemol intenso para um irradiante e triunfal dó maior, a expressão bíblica sobre a luz foi, por assim dizer, criada de novo.
Mas, perguntar-me-á o cientista, acredita com toda a seriedade, como tantos fundamentalistas – não apenas na América – que a Bíblia nos responde à pergunta primordial da cosmologia – de onde vem tudo? Acredita, talvez, naquela fé bíblica ingénua e obscura num Deus antropomórfico, que até criou o mundo em seis ‘dias’? Certamente que não: quero levar a Bíblia a sério, mas não o quero fazer literalmente (…)
‘Faça-se a luz!’: também este livro gostaria de, em modesta medida, transmitir luz – reproduzir aquela luz que os grandiosos resultados sobretudo da física e da biologia projectam sobre o começo do mundo, da vida e do Homem; luz como aquela que, de um modo inteiramente diferente, é irradiada pelo entendimento sempre actualizado do testemunho da Bíblia; luz como aquela que, com despretensiosa autoconsciência, uma filosofia e uma teologia esclarecidas conseguem transmitir hoje às pessoas. Numa tal intermediação, a integridade intelectual é mais importante do que a conformidade dogmática, do que a ‘correctness’ clerical ou secular.
Este é evidentemente um empreendimento difícil. Pois nas últimas décadas a investigação na cosmologia científica, na biologia e na antropologia progrediu tão vertiginosamente e com uma envergadura tal que quem seja um ‘não-especialista’ terá muita dificuldade em acompanhá-la. O mesmo vale amiúde para os próprios cientistas. Em todo o caso, o dilema de um modo de ver universal foi cedo formulado por um dos grandes da física, que viu para isso apenas uma saída: ‘Que alguns de nós ousem a síntese de factos e teorias, mesmo que o seu saber provenha parcialmente de segunda mão e seja incompleto – e que corram o perigo de se tornar ridículos’. Assim escreveu no seu livro Was ist Leben? o homem que começou a observar a célula viva com os olhos de um físico, o fundador da mecânica das ondas e laureado com o prémio Nobel da física de 1933 Erwin Schrodinger. E queira o leitor condescendente aceitar tanto a sua desculpa como a minha.»
A. Uma teoria unificada para tudo? | 1. O enigma da realidade | 2. Descrição física do princípio | 3. O que mantém o mundo coeso no seu âmago | 4. O conflito de fundamentos na matemática | 5. Influência do positivismo | 5. A questionabilidade da realidade | 6. Ciência natural e teologia | B. Deus como Princípio | 1. A demanda pelo princípio dos princípios | 2. A ciência natural bloqueada pela crítica da religião? | 3. De onde vêm as constantes da natureza? | 4. Reacções à leitura da precisão cósmica | 5. Por que razão não há nada? | C. Criação do mundo ou evolução? | 1. O princípio como princípio de um devir | 2. Resistência teológica | 3. Evolução com ou seu Deus ? | 4. Pensar como Deus? | 5. Bíblia e Criação | 6. Testemunho de fé sobre a derradeira proveniência | D. Vida no Cosmos? | 1. Desde quando existe vida? | 2. Como se formou a vida? | 3. Acaso ou necessidade | 4. Porquê um cosmos amigo da vida? | 5. Milagre | 6. Pensar como a acção de Deus? | E. O Princípio da Humanidade | 1. Desenvolvimento físico do homem | 2. Desenvolvimento psíquico do homem | 3. Cérebro e espírito | 4. Limites da investigação cerebral | 5. Começos da ética humana | Epílogo: o fim de todas as coisas
Obras de Hans Küng | Teologia | edições 70
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