Fundamentos

O Tempo pede uma Nova Evangelização

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«O Tempo pede uma Nova Evangelização

Manuel Clemente

ed. Paulinas | Lisboa 2013 | 155 págs. | PVP: 10,00 euros

«A crise da nossa vida é de particular profundidade e exige uma compreensão não meramente circunstancial, para podermos ensaiar respostas capazes de criar futuro. É como se tudo tivesse de ser explicado desde o princípio.» Para que o leitor sinta a frescura e a intensidade de uma palavra carregada de profecia, foram aqui reunidos alguns dos textos mais recentes de D. Manuel Clemente, pronunciados dentro e fora do contexto eclesial, em espaços universitários e de cultura, em âmbitos institucionais ou simplesmente civis. Mas todos os textos foram revistos em função deste livro.

«A missão permanente deverá integrar toda a riqueza carismática que o Espírito reconhecidamente nos tem oferecido, em tantas formas de comunhão eclesial e expansão evangélica» Um excerto, de Manuel Clemente:

 

«Entretanto, as últimas décadas aumentam-nos a convicção de que o tempo pede outra vez uma ‘nova evangelização’, que – sendo a quinta, no que à Europa diz respeito – corresponda ‘no ardor, nos métodos e nas expressões’ (João Paulo II) aos grandes reptos que a sociedade e a cultura fazem ao Evangelho de Cristo.

 

a) A sociedade está fragilizada nas famílias, incerta na juventude, perplexa na meia-idade e desacompanhada na velhice. Está geralmente deslocalizada, por razões de trabalho ou falta dele, muitas vezes peregrina da subsistência possível, com grande diluição dos ritmos e pontos de encontro tradicionais e intergeracionais.

 

b) A cultura apresenta notas correspondentes de fragmentação, errância e retraimento subjectivo, desconfiando quase instintivamente de quanto apareça como pré-determinado, institucional ou coativo. A grande massa de informação e distração, não criticada nem assimilada, reduz facilmente a realidade ao virtual ou imediatamente compensatório, sobretudo sem compromisso.

 

c) Estes aspetos ‘contracenam’ com outros: grandes generosidades de pessoas e grupos, em relação a muitas necessidades alheias, com picos surpreendentes de adesão a iniciativas solidárias, da parte de jovens ou de menos jovens; acolhimento fácil de propostas culturais variadas, campanhas ecológicas e um ou outro movimento cívico; disponibilidade para partir, descobrir, conhecer…

 

d) Neste quadro genérico, a ‘nova evangelização’ terá de retomar criativamente o contributo das quatro anteriores – testemunho evangélico (mártires), experiência comunitária de adoração e serviço (monges), proximidade com todos, de pobres para pobres (frades), evangelização permanente do mundo em redor (missionários).

 

e) Não enfrentando – em geral e na Europa – a oposição frontal dos primeiros séculos, o testemunho de hoje tem de ser convicto, coerente e persistente, nos vários meios em que a vida decorre, qual ‘martírio da paciência’ (expressão do cardeal Casaroli).

 

No mundo urbano que hoje prevalece, também as comunidades se devem tornar locais disponíveis e acolhedores de adoração e serviço, autênticos ‘mosteiros na cidade’, alargando e revendo horários, num ritmo que já não é rural em tantos casos. Na aproximação a todas as pobrezas, antigas e novas, a caridade será necessariamente criativa, procurando a sós, refazendo vizinhanças, animando tudo o que promova a todos: ao contrário do ‘irmão mais velho’ da parábola, que ficou em casa, teremos de ir em busca de todos os ‘pródigos’ para os trazer a um Pai que não desiste de ninguém.

 

A missão permanente deverá integrar toda a riqueza carismática que o Espírito reconhecidamente nos tem oferecido, em tantas formas de comunhão eclesial e expansão evangélica. Integrará também o contributo indispensável das famílias, ‘igrejas domésticas’ onde se fará a primeira aprendizagem de fé, da partilha e do testemunho.

 

f) Tudo isto irá por diante na rede alargada e complexa em que hoje se articulam as pessoas e os grupos, verdadeiramente translocal, ainda que indispensavelmente situada – em localizações múltiplas, aliás, tanto territoriais como mediáticas e informáticas.

 

Sendo primeiríssima a ‘localização’ última em que a Páscoa de Cristo nos situa já: a novidade evangélica e a conversão a fazer residem precisamente aí.»

Índice

1. Evangelizar de novo | 2. Quando se começou a falar de nova evangelização? | 3. A especial novidade do Concílio Vaticano II | 4. Concílio: o que mudou desde então? | 5. O aprofundamento da Fé: entre a cultura e a pastoral | 6. Uma fé que se possa chamar cristã | 7. A Doutrina Social da Igreja e os direitos económicos e sociais | 8. Era digital: revolução na cultura e na sociedade | 9. Aprender com a história: a recomposição do catolicismo | 10. O catolicismo português e a República | 11. Quem somos nós, os portugueses? | 12. O melhor que temos para o futuro é tanta humanidade acumulada | 13. Os portugueses em 2030 | 14. A nossa vida é uma corrente que flui

Veja também:

Obras de Manuel Clemente | Igreja | Edições Paulinas

 

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One Comment

  1. Adriano Moreira, in Diário de Notícias
    Junho 12, 2013

    «D. Manuel Clemente, coincidindo no tempo e na espiritualidade com o Papa Francisco, acaba de publicar uma obra intitulada O tempo pede uma nova evangelização, que seguramente vai ficar entre os textos clássicos da pregação católica renovada.»
    Adriano Moreira, in Diário de Notícias

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