Fundamentos

Saudades de Deus

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Saudades de Deus

Carreira das Neves

Ed. Presença | Lisboa 2015 | 173 págs.

Com um longo percurso académico e pastoral, o franciscano e biblista Carreira das Neves oferece-nos mais uma obra, com o sugestivo título de Saudades de Deus. A procura do mistério de Deus, o ateísmo, a relação entre as ciências e as religiões, as novas espiritualidades (desvinculadas das instituições religiosas) e a superação da leitura fundamentalista da Bíblia são alguns dos temas desenvolvidas, com destaque também para o ministério de Papa Francisco. A chave fundamental da obra é a liberdade crítica, fundamentada no conhecimento das Escrituras.

”O princípio da ‘crítica’, venha dos profetas ou do povo humilde, sempre subsistiu a favor da verdade do verdadeiro Deus. A busca deste Deus verdadeiro, no meio das nossas dúvidas, nevoeiros, razão e fé, é a finalidade deste livro. Perante os desafios da história, nenhum crente pode dizer que conhece bem o seu Deus, a sua fé, a sua igreja.”

Sob o tema da Saudade, o autor traça um percurso de formação cristã, na passagem de uma experiência crente herdada a um encontro pessoal com Deus. Ao longo deste livro somos confrontados com as perguntas e temas que marcam o nosso presente, como as questões em torno ao Big Bang e ao Bosão de Higgs, ou o fundamentalismo bíblico e religioso. Daí somos conduzidos num percurso bíblico e histórico em torno à revelação do mistério de Deus. O objectivo é convidar o crente a questionar as suas noções e linguagens da fé, segundo o princípio da necessidade de formação e aprofundamento pessoal dos fundamentos da experiência cristã, compreendendo-a à luz da história da Salvação.

“A saudade nasce precisamente quando o crente deixa de o sentir, de o ver na existência da sua vida. Habituados a um Deus configurado pelas Igrejas e instituições, é difícil dar o salto mortal do Deus visível ao Deus invisível, o da metáfora da ‘sarça ardente’. Falar de Deus será sempre por símbolos e metáforas de dinâmica, ação e contemplação.”

Artigo publicado na edição de Setembro do Mensageiro de Santo António

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