A SIC transmitiu ontem uma reportagem sobre o encontro entre o Rabi de Buenos Aires Abraham Skorka e Francisco-pela linguagem do diálogo e da amizade,vale a pena rever(recordando o livro «Sobre o Céu e a Terra»)
Dos diálogos entre o então bispo Jorge Bergoglio e o rabi Abraham Skorka nasceu um livro, publicado em Portugal após a eleição papal:
Abraham Skorka, Jorge Bergoglio
ed. Clube do Autor | Lisboa 2013 (orig. 2010) | 222 págs. | PVP: 14,50 euros
«J. Bergoglio: Quão boa é a palavra caminho! Na experiência pessoal de Deus não posso prescindir do caminho. Diria que a Deus se encontra caminhando, andando, procurando-o e deixando-se procurar por Ele. São dois caminhos que se encontram. Por um lado, o nosso de quem procura, impulsionado por um instinto que brota do coração. E depois, quando nos encontramos, damo-nos conta de que Ele nos procurava desde antes, antecedeu-nos. A experiência religiosa inicial é a do caminho: Caminha para a terra que te vou dar (Gen 12,1). É uma promessa que Deus faz a Abraão. E nessa promessa, nesse caminho, estabelece-se uma aliança que se vai consolidando nos séculos. Por isso digo que a minha experiência com Deus dá-se no caminho, na procura, no deixar-me buscar. Poderá ser por diversos caminhos, o da dor, o da alegria, o da luz, o da obscuridade.
A. Skorka: O que diz recorda-me diversos versículos bíblicos. Por exemplo, quando Deus diz a Abraão: Caminha diante de mim e sê integro (Gen 17,1). Ou quando o profeta Miqueas quer explicar ao povo de Israel o que Deus espera dele, e por isso diz-lhe: Praticar a justiça, amar a piedade e caminhar com humildade junto do teu Deus (Miq 6,8). Sem dúvida, a experiência de Deus é dinâmica, para utilizar uma palavra que ambos aprendemos nas nossas comuns ciências exactas (A. Skorka é doutorado em química e J. Bergoglio é técnico quimico). Mas, o que crê que poderíamos dizer ao homem nestes tempos quando o conceito de Deus se vê tão degradado, tão mal usado?
J. Bergoglio: O fundamental é dizer a todo o homem para entrar dentro de si. A dispersão é um quebra no interior, nunca o deixará encontrar-se consigo próprio, impede esse momento de olhar para o espelho do seu coração. Aí está a semente: encontrar-se consigo próprio. Aí começa o diálogo. Por vezes acreditamos ter o necessário, mas não é assim. Ao homem de hoje diria-lhe que faça a experiência de entrar na intimidade para conhecer a experiência, o rosto de Deus. Por isso gosto muito do que diz Job depois da sua dura experiência e dos diálogos que não o ajudaram em nada: Antes conhecia-te de ouvir falar, agora os meus olhos viram-te (Job 42,5). Ao homem digo-lhe que não conheça a Deus de ouvir falar. O Deus vivo é aquele que verá com os próprios olhos, dentro do seu coração.»
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