Fundamentos

Uma Nova Oportunidade para o Evangelho

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«Uma Nova Oportunidade para o Evangelho:

Para uma pastoral da gestação»

Philippe Bacq | Christoph Theobald

ed. Paulinas | Lisboa 2013 | 262 págs. | PVP. 15,00 euros

Sob a orientação de Tolentino Mendonça, as Paulinas editora lançam uma nova colecção com o título «Teologias Práticas». Depois de «O Tempo pede uma Nova Evangelização» de D. Manuel Clemente, sai agora uma obra conjunta de responsáveis pastorais franceses:

«Uma nova oportunidade para o Evangelho! Esta convicção de fé anima os autores do presente livro. Eles releem as evoluções culturais contemporâneas, abandonando deliberadamente toda a interpretação em termos de crise, de perda de valores, de desaparecimento da religião ou de dissipação da fé… Segundo eles, o Evangelho trabalha tanto nas consciências hoje como no passado. Ele tem todas as probabilidades de ser escutado e entendido, de novo, como uma Boa Notícia que transmite a vida… O que está em jogo na nossa sociedade e na Igreja é deixar-se “gerar” para essa vida nova, graças à Palavra de Deus, que ressoa nos relatos primordiais. A “pastoral de gestação” tem a sua fonte de inspiração nesta convicção de fé» (do preâmbulo).

Índice

1. Para uma pastoral de gestação (Philippe Bacq) | 2. Inculturação e gestação do crer (Jean-Marie Donegani) | 3. Hoje é o «tempo favorável». Para um diagnóstico teológico do tempo presente (Christoph Theobald) | 4. Que anúncio do Evangelho para o nosso tempo? (André Fossion) | 5. Palavra de Deus e pastoral de gestação (Odile Dumas e Philippe Bacq) | 6. O acesso aos sacramentos. Praticar a abertura sem os depreciar (Benoît Malvaux) | 7. O diálogo pastoral revisitado (Sophie Tremblay) | 8. Espiritualidade de gestação e práxis pastoral (Pierrette Daviau) | 9. «Para que a nossa alegria seja completa» 1Jo 1,4 (Olivier Fröhlich) | 10. Trabalho autobiográfico e novo nascimento (Paul Giguère) | 11. Quando o gosto pelo Evangelho suscita opções de vida (Maria-Jo Deniau e C. Theobald).

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Re-principiantes, por André Fossion

«[Somos convidados] a ser particularmente sensíveis aos lugares e às interrogações em que a fé começa, ou recomeça, de novo, tanto no interior como no exterior das comunidades cristãs existentes. Vindos do exterior, podemos evocar aqui, como é obvio, os catecúmenos adultos, hoje mais numerosos, que pedem o Batismo, bem como todos aqueles e aquelas chamados hoje “reprincipiantes”.

Estes reprincipiantes são batizados que tiveram, portanto, uma certa relação com o Cristianismo, mas que se desligaram da Igreja ou da própria fé. Às vezes por preguiça e por negligência, muitas vezes por estarem cansados de um Cristianismo que já não os fazia viver.

O que é comum a todas estas pessoas, apesar da sua diversidade, é que “recomeçar na fé” não significa, de modo algum, “voltar para trás”, como se se tratasse de reparar um erro ou de retomar um percurso onde este tinha sido abandonado.

Não, para essas pessoas trata-se, antes, de seguir em frente, de assumir toda a sua história para “recomeçar a crer”, mas com uma inteligência e uma liberdade renovadas.

Aquilo que os reprincipiantes querem, em primeiro lugar, é compreender a sua própria história, relê-la, repercorrê-la de certo modo para retomar a iniciativa e, eventualmente, para reorientá-la. Também querem compreender, refletir sobre a maneira como viveram a fé, sobre os motivos que os levaram a afastar-se, bem como sobre as razões que poderiam reaproximá-los dela, evitando agora as representações religiosas estéreis ou alienantes a que outrora tinham aderido.

Sob este ponto de vista, a sua nova caminhada de fé aparece como uma verdadeira reconstrução feita de abandonos e de rejeições, mas sobretudo de descobertas, de aprendizagens e, até, poder-se-ia dizer, de uma nova sedução.

Contudo, estes recomeços da fé não dizem apenas respeito aos catecúmenos ou aos “reprincipiantes”, de que acabámos de falar, mas também ao conjunto dos próprios cristãos. Com efeito, também estes, num novo contexto cultural, tentam dar novamente contas da sua fé, aos seus próprios olhos e aos olhos daqueles que lhes pedem razão da mesma.

Assim, através do seu ambiente, os próprios cristãos são também eles reconduzidos às questões primordiais, às questões iniciais em que a fé começa, ali onde, segundo a expressão de Maurice Bellet, se abre o espaço de uma Palavra inaugural.» (págs. 96-97)

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