Autor: Henri Nouwen | Edição: Paulinas | Páginas: 120
Em sete cartas Nouwen propõe ao seu sobrinho Marcos – que não teve praticamente formação religiosa e apenas se interessou esporadicamente pelo Evangelho – uma viagem ao centro vital, para aí descobrir o pilar basilar: o coração da nossa existência, Jesus. Nesta viagem de caracter mistagógico o autor vai sucessivamente apresentando em cada uma das cartas as diferentes facetas de Jesus: o Deus libertador, compassivo, que desce e que ama; o Deus escondido, o Deus que fala.
O objetivo de Nouwen é trazer Jesus para mais perto de Marcos – e do leitor – de modo a despertar «nele um amor profundo por Jesus». Tal amor traduz-se numa vida espiritual autêntica, que se identifica «com coração da existência (…) o centro do nosso ser, aquele lugar em que somos nós mesmos, onde somos mais humanos, onde somos mais reais».
O itinerário proposto por Nouwen começa com uma meditação a partir da passagem dos discípulos de Emaús. As suas reflexões têm como tela de fundo a Eucaristia, não descurando temas mais sensíveis como a morte e o sofrimento. O autor adverte o sobrinho que «sem a morte e a ressurreição de Jesus, o Evangelho é um conto bonito sobre uma pessoa excecionalmente santa, uma fábula que pode inspirar bons pensamentos e grandes fatos, mas há histórias do mesmo género.
O Evangelho é, em primeiro lugar e acima de tudo, a história da morte e ressurreição de Jesus, e essa história continua a ser o centro da vida espiritual». Nouwen reconhece que ele próprio, ao dar o seu testemunho, acabou «por conhecer melhor Jesus, e assim, poder ouvir melhor o seu convite ao seguimento».
O autor escreve estar cartas num dos períodos mais interessantes da sua vida, falando de Jesus a partir da sua própria experiência. Apesar disso, e talvez por isso mesmo, as cartas têm um cariz atual, uma vez que perguntas fundamentais como «se tenho tudo que me pode oferecer Jesus?» permanecem vivas.
Adelaide Miranda
Susbscribe to our awesome Blog Feed or Comments Feed