O Fenómeno Humano

«Na verdade, duvido que haja, para o ser pensante, minuto mais decisivo do que aquele em que, caindo-lhe a venda dos olhos, descobre que não é um elemento perdido nas solidões cósmicas.»

«Chegou o momento de reconhecer que uma interpretação, mesmo positivista, do Universo deve, para ser satisfeita, abranger tanto o ‘dentro’ como o ‘fora’ das Coisas – tanto o Espírito como a Matéria. A verdadeira Física é aquela que conseguir um dia integrar o Homem total numa representação coerente do Mundo.

Oxalá eu possa fazer sentir nesta obra que esta tentativa é possível e que dela depende, para quem quer e sabe ir ao fundo das coisas, a conservação em nós mesmos da coragem e da alegria de agir.

Na verdade, duvido que haja, para o ser pensante, minuto mais decisivo do que aquele em que, caindo-lhe a venda dos olhos, descobre que não é um elemento perdido nas solidões cósmicas, mas que uma universal vontade de viver nele converge e se hominiza.

O Homem, não centro estático do Mundo – como ele se julgou durante muito tempo; mas eixo e flecha da Evolução – o que é muito mais belo.»

Teilhard de Chardin, ‘O Fenómeno Humano’, ed. Livraria Tavares Martins, Porto 1965