Autor: Vasco Pinto de Magalhães | Edição: Tenacitas | Páginas: 128
De que falamos quando dizemos Satanás, Diabo ou Demónio? Qual o significado da frase de Jesus a Pedro “Afasta-te de mim Satanás”? O que é o mal? Quando no Batismo ou Crisma dizemos “renuncio a Satanás”, o que estamos a afirmar? O que representa a “queda dos anjos”? E o bode expiatório? E os exorcismos? Jesus mandava sair os espíritos impuros: o que significa isso? Como podemos classificar o que sai do corpo quando o exorcista faz o seu ritual? E o que diz o magistério da Igreja? E Deus não faz nada?
Encontramos estas e outras difíceis questões explicadas com rigor e clareza em O mal e o demónio do jesuíta Vasco Pinto de Magalhães. O autor não se furta a nenhuma interrogação da realidade que dói e corrói a certeza que Deus é bom, e que apenas criou o bem. O mal e o sofrimento são inerentes a uma Humanidade que ainda está a ser criada. Deus não cria o mal, o autor do livro do Genésis diz-nos que criou o bom, o muito bom. As guerras, a fome, os desastres naturais, o sofrimento, as lágrimas não são estranhas à Bíblia.
Pelo contrário. A realidade de uma Humanidade ainda em construção é na sua totalidade descrita pelos autores bíblicos. Não sendo uma realidade desconhecida ou camuflada, a linguagem acompanhou-a, própria de cada época e das influências culturais que o povo de Israel vai assimilando. Deste modo, encontramos diferenças entre o Antigo e o Novo Testamento. Se no Antigo Testamento a linguagem das possessões é praticamente desconhecida, no Novo Testamento é reflexo da realidade das primeiras comunidades cristãs e do seu contexto cultural.
O livro chega-nos como uma compilação de dois artigos e duas entrevistas, concedidas pelo autor a Henrique Manuel Pereira na Rádio Renascença. Vasco Pinto de Magalhães explica com clareza e rigor cada uma destas difíceis questões de uma Humanidade não criada, mas ainda a criar-se. Todos os dias.
Adelaide Miranda
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