Armindo dos Santos Vaz |
ed. Carmelo | Avessadas 2011 | 478 págs. | PVP: 15,00 euros
«Tendo Gn 2-3 sido habitualmente lido como história de pecado com moral, agora pode ser lido como mito de origem com elevado sentido antropológico e espiritual. Considerá-lo «mito de origem» não é ‘volatilizar’ a substância e a mensagem do texto. É possibilitar a descoberta de mais significado e abrir as portas da sua subtileza… A leitura [de Gn 2-3] que prescinda do prisma do mito corre o risco de se desviar do seu sentido ou de ficar impedida de o captar.
Em que consiste «compreender» o mito adâmico? Primeiramente, consiste em aceitar que é um mito… Esta crónica do primeiro par humano já não está em consonância – para o homem moderno que aprendeu a diferença entre o mito e a história – com o tempo da história nem com o espaço da geografia… É preciso deixar bem assente que a questão «onde e quando comeu Adão o fruto proibido?» já não faz sentido para nós. Qualquer esforço por salvar a literalidade do relato como uma história acontecida é vão e desesperado: o que sabemos, como homens de ciência, dos começos da humanidade não deixa lugar para semelhante acontecimento primordial. Estou convencido de que esta plena aceitação do carácter não histórico – no sentido da história segundo o método crítico – é o reverso da medalha de uma grande conquista: a conquista da função simbólica do mito. Mas então não se deveria dizer: a história da ‘queda’ não é mais do que um mito, ou seja, menos do que uma história. Deveria dizer-se antes: a história da queda tem toda a grandeza do mito, isto é, tem mais sentido do que uma história verdadeira (Paul Ricoeur).
Lida com a fecundidade do mito de origem, diz a verdade da vida. Diz verdade da condição humana bonita, constituída de forma complementar pelo homem e pela mulher, dotada do conhecimento, mas finita, sofredora, mortal. Diz verdade, ao procurar interpretar as coisas da vida humana e dar-lhe sentido de transcendência. Diz a verdade suprema do homem e da mulher, ao afirmar na fé que provêm de Deus. Diz verdade antropológica e teológica de todo o ser humano. Conta a história central das nossas vidas, a história que, mais do que qualquer outra, nos diz o que significa ser humano, razão pela qual – ao escutá-la – sentimos que somos mais nós próprios.» (pág. 382)
1. Da vida actual ao momento original | 2. Sentido da existência humana dual | 3. “Paraíso de delícias” ou ” pomar da várzea”? | 4. Origens do “conhecimento” e da civilização humana | 5. “Transgressão” e sentido das penas da vida | 6. “Punição” e sentido das penas humanas | 7. Sentido do trabalho humano | 8. Sentido último da morte humana | 9. A unidade de Gn 2,4b-3,24 como “mito de origem” | 10. Sentido e unidade de Gn 2,4b-3,24
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